Da Arte De Receber Amigos Em Casa

EL ARTE De RECIBIR AMIGOS - Da Arte De Receber Amigos Em Casa
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Brillat Savarin já disse que…

“Receber bem é fazer felizes os convidados, durante todo o tempo que permaneçam em nossa casa.”

E é, também, nos sentirmos à vontade diante deles, como se estivéssemos em família… Se as visitas são de cerimônia, o normal é que os anfitriões, recebam juntos seus primeiros convidados.

As dificuldades, porém, de preparar um jantar obrigam, muitas vezes, a dona-de-casa a deixar que o marido e outras pessoas da família recebam esses convidados, se não forem de cerimônia, enquanto ela vai dar o último toque ou uma última vista à mesa, à cozinha. Mas uma coisa é importante: ela deve estar pronta, vestida e penteada, antes da chegada das visitas, óbvio!

Atenção, porém! Se você está convidando pessoas de cerimônia, deverá ter pessoal treinado para cuidar dos últimos detalhes na cozinha e jamais poderá deixá-los para… “dar uma espiadinha nas coisas”, como normalmente faz na intimidade.

Um hábito cada vez mais divulgado entre nós, felizmente: receber amigos.

Antigamente o brasileiro — com seu excesso de hospitalidade e generosidade — só reunia amigos de vez em quando, em datas especiais, tais como aniversários, batizados etc., organizando festas maiores, comilanças rabelaisianas etc.

Hoje, felizmente mais moderados, tudo é pretexto para os amigos se reunirem — cada vez em casa de uma ou de outra família — sem cerimônias maiores e às vezes até cotizando a festa: um leva uma bebida, outra leva outra, as moças e senhoras levam pratos de salgadinhos ou doces, e assim por diante.

Mas é conveniente, em festinhas cotizadas, que se reúnam uns dois casais antes, façam o roteiro do que vão servir e dividam as atribuições aos outros, começando por eles mesmos, é claro. Assim, não haverá omissões ou… redundâncias.

Mesmo sem dividir despesas, contribuições e compromissos, hoje em dia é muito mais fácil receber, e para pessoas que gostam disso e sem fazer cerimônias é que nos dirigimos neste capítulo.

Não há necessidade de transformar cada reunião numa festa dispendiosa e cansativa. Devemos acabar com isso e promover essas reuniões quando tivermos vontade ou quando a ocasião se apresentar sem maiores preocupações.

Para um grupo — grande ou pequeno mas que seja homogêneo — de pessoas que se estimam e que se reúnem para conversar, para passar algumas horas alegres, um refrigerante, refresco ou sorvete, uma ou duas bebidas, duas qualidades de sanduíches, outras duas qualidades de doces, e está resolvido o problema do que oferecer nessas ocasiões. Nada mais simples.

Não alegue, leitora, que suas amigas haverão de reparar numa coisa dessas. Eu também tenho amigas que reparam. Todos nós temos. Mas essas, a gente deixa para convidar em festas ou ocasiões especiais.

Quando se trabalha de manhã, faça a reúnião na sexta ou no sábado. Podese ficar até tarde, até mesmo de madrugada, sem estar com o pensamento firme no despertador que vai tocar no dia seguinte.

Nada deve ser forçado — nem assuntos de palestra, nem brinquedos de salão, nem sessões de anedotas, nem jogos da verdade, às vezes, até perigosos… Tudo natural, os amigos se sentindo à vontade como se estivessem em sua própria casa, ouvindo um som sem compromisso, batendo um papo…

Damos abaixo algumas sugestões para receber amigos

  • Ponha sobre o carrinho de chá, ou sobre um móvel qualquer, duas ou três garrafas de bebidas, um baldinho com gelo e copos. Deixe no refrigerador umas garrafas de água mineral, umas garrafas de refrigerantes ou um jarro de laranjada ou de outro qualquer refresco, feito com frutas, frescas ou não.
  • Deixe no refrigerador dois ou três pratos de sanduíches de legumes, combinados com maionese. Ou algumas pastas prontas e biscoitos salgados, fatias de pão branco, integral e de centeio etc. Ou então faça uma ‘travessa funda de maionese de legumes, com ou sem sardinha, atum, peixe ou frango.

Não se preocupe em enfeitar a salada, com isso ou com aquilo. Sirva à vontade, à la russe.

  • Querendo, faça um bolo úmido ou uma torta qualquer e sanduíches variados. Tarde da noite sirva um cuscuz paulista com vinho e arroz. Um doce qualquer, como sobremesa.

Ponha sobre um móvel um pernil ou presunto assado, fatias de pão, de vários tipos. Querendo, sirva um sorvete gostoso e deixe que os convidados se sirvam, a hora que entenderem.

  • Depois de haverem bebido, com acompanhamento apenas de sanduichinhos e um ou dois tipos de doce, convide uma das pessoas presentes para fazer qualquer coisa na cozinha. (Quem é que não gosta de um prato salgado quentinho, feito na hora, tarde da noite?) Uma omelete, por exemplo, ou umas panquecas, para serem servidas com presunto ou queijo, ou um prato leve qualquer, como waffles.

Moacyr Deriquém é um expert nisso: Pratos de fim de noite…

  • Uns pãezinhos quentes, tipos de minutos, feitos no meio da noite, para serem abertos e recheados com queijo, e depois levados de novo ao forno, para o queijo derreter. Uma canja que se esquenta tarde da noite, depois de uns drinks, é sempre bem-vinda. Uma sopa de cebolas, cuja receita esteja já quase pronta e que você completa na hora. Uma Fondue…
  • Há muitas outras formas simples e íntimas de receber amigos. Você mesma, leitora, poderá inventá-las. Mas só faça isso com um grupo ao qual terá que pedir desculpas por nada. Lembre-se sempre da sábia frase dos americanos:

Don’t complain and don’t explain — o que quer dizer: não se queixe e não se desculpe, não explique as coisas…

  • Em hipótese alguma faça experiências culinárias numa ocasião dessas! Quantas pessoas não passam por terríveis desapontos — não só diante dos convidados, como do marido — quando se lembram de transformar em cobaias os amigos da casa… Muitas vezes tais experiências redundam em saborosíssimos pratos, apreciados e repetidos por todos, então a dona da casa recebe elogios; outras, redundam num fracasso culinário, transformando uma reunião ou jantar num fracasso, por maior que seja a boa vontade dos presentes para com os pratos malfeitos.

É mais lógico e seguro que tudo que se apresente aos convidados, mesmo quando se trata de amigos íntimos, seja antes aprovado pelos de casa. E bom não esquecer também que um fracasso culinário estraga toda a boa disposição da anfitriã, deixando os hóspedes pouco à vontade, constrangidos, não sabendo se devem mentir descaradamente, elogiando, ou se devem protestar, sempre que a dona da casa se refira às coisas malpreparadas.

  • Pode acontecer em alguns casos que uma receita, embora já executada e aprovada outras vezes, falhe de repente. Então, só o bom humor da dona de casa pode deixar os seus convidados à vontade. Ela deverá brincar, ao se referir ao prato, fazer piada, se tiver vontade, até nesmo oferecer a receita… Com essa atitude natural, não obrigará os presentes às mentiras formais, e a reunião poderá prosseguir alegre e sem novidades.

Pequenos cuidados assim tornam agradáveis os encontros e fazem parte da arte de receber amigos.

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